Eis o novo Brasil.
É um novo País, fresquinho, ainda com cheiro de tinta, que surgiu de repente em junho.
Como se fosse uma ilha paquistanesa após um terremoto.
Nesse novo Brasil, a polícia, cheia de orgulho, bate em professores e cega fotógrafos com balas de borracha.
Também é o país onde a luta política passou a ser feita com pedra e fogo.
Adeus, discursos, argumentos, mesas de negociação.
Adeus, Thoreau, Gandhi, Luther King.
A pedra é mais pesada do que a palavra.
Vamos transformar o mundo depredando prédios e incendiando carros.
Vamos vencer a violência com violência.
Se a força é o que importa, os líderes passarão a ser aqueles que tenham a mão mais forte.
Capaz de atirar mais longe pedras mais pesadas.
A ditadura acabou, mas o pensamento totalitário ganha cada vez mais espaço.
No centro do poder nada mudou e nada deve mudar.
Mas, na periferia, trocou-se o sonho de um mundo de paz e justiça por um mundo com mais adrenalina.
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