Nesta semana, tenho tido dificuldade de acompanhar o noticiário. Então, minhas informações sobre o que tem acontecido em São Paulo e também em Porto Alegre são muito fragmentadas. Há muitas versões, e pouco fato no que eu tenho lido - e, sinceramente, não é nos jornais que eu vou alcançar uma real compreensão dos fatos - pelo contrário... De qualquer maneira, entendo que é um grande erro minimizar essas manifestações, como o faz a grande imprensa. Esses movimentos estão desenvolvendo uma agenda que vai bem além dos "20 centavos". Há algo de novo no ar, e os políticos e a imprensa não estão conseguindo interpretar corretamente. Eu só deploro a violência. Já tenho experiência suficiente para não me iludir e pensar que as manifestações são inerentemente pacíficas e que toda a violência decorre da repressão. No meio de um grupo tão heterogêneo assim, é quase inevitável que haja alguns que admirem a violência, a destruição - e não é nada fácil controlá-los. O mundo não se divide entre mocinhos e bandidos. Todos têm suas sombras! Mas eu creio que a violência não é inevitável. Participei de manifestações pelo impeachment de Collor, e naquela ocasião se conseguiu afastar do poder um presidente corrupto sem derramamento de sangue e sem depredação. A gente envelhece e não consegue se livrar de algumas utopias: a minha é a da mobilização popular que consegue transformações sem violência. Eu não aceito a covarde violência do Estado, mas também não aceito a anônima violência dos manifestantes. Tirando a violência de lado, e honrando a memória de minha mãe, lutadora pelas causas sociais, saúdo o retorno da indignação coletiva que se organiza em movimento social!
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