Os dicionários relacionam miragem com ilusão. Um viajante está morrendo de sede no meio do deserto e tem a nítida impressão de que ali adiante existe um oásis. Avança em direção ao lugar onde pensa haver água, mas descobre que não passa de uma ilusão de óptica: uma miragem.
Para quem gosta de livros, existe em São Francisco de Paula, na serra gaúcha, um oásis que tem o paradoxal nome de Miragem.
São Chico é minha cidade preferida na serra. Tem a vantagem de não parecer um shopping center como Gramado e Canela e ainda contar com o clima especial de montanha e a beleza dos campos de cima da serra. Mas também é verdade que São Chico lembra mais uma pacata cidade do interior do que uma cidade turística. Não há muitas opções gastronômicas nem culturais. Nesse cenário, surpreende encontrar uma livraria como a Miragem, que já virou um dos principais pontos turísticos da cidade. Não se trata de um empreendimento de gente de fora. É iniciativa de uma moradora da cidade, a professora Luciana Soares. Luciana pertence a um gênero raro de pessoas que conseguem ser sonhadoras e dar forma e vida a seus sonhos.
Só o prédio da livraria, localizada na avenida principal da cidade, já vale a visita. É uma construção que une tijolos e madeira, feita sob medida para abrigar a livraria, um café e um espaço para exposições (reconstrução de um prédio antigo da cidade). Todas as dependências foram construídas para permitir o acesso a pessoas com dificuldade de locomoção.
Quem pensa que ir à livraria é um programa para adultos logo vai se surpreender. O espaço para as crianças é maior do que o reservado ao público infantil em muitas das grandes livrarias de Porto Alegre. E o acervo diferenciado inclui livros, jogos e brinquedos que valorizam e desenvolvem a inteligência das crianças.
Para o público adulto, há um pouco de tudo. Só lamento que boa parte da livraria seja dedicada aos temas místicos, desde religiões até auto-ajuda. Meus interesses são outros, mas é preciso reconhecer que livros sobre esses assuntos atraem grandes públicos. Ainda assim, muitas estantes estão reservadas a outros temas como história, viagens, gastronomia, psicologia, educação, ciências, literatura brasileira e universal. Neste final de semana, adquiri lá O Erro de Descartes, de António Damásio, e O Relojoeiro Cego, de Richard Dawkins - obras que se situam no extremo oposto aos livros de auto-ajuda.
Se vocês amam os livros e forem à serra gaúcha, sugiro que não se limitem a Gramado ou Canela. Passem em São Francisco de Paula ou se hospedem lá (no Veraneio Hampel, no Hotel das Araucárias ou na Pousada do Engenho, por exemplo) e reservem uma ou duas horas para visitar esse oásis de cultura que se chama Miragem.
Para quem gosta de livros, existe em São Francisco de Paula, na serra gaúcha, um oásis que tem o paradoxal nome de Miragem.
São Chico é minha cidade preferida na serra. Tem a vantagem de não parecer um shopping center como Gramado e Canela e ainda contar com o clima especial de montanha e a beleza dos campos de cima da serra. Mas também é verdade que São Chico lembra mais uma pacata cidade do interior do que uma cidade turística. Não há muitas opções gastronômicas nem culturais. Nesse cenário, surpreende encontrar uma livraria como a Miragem, que já virou um dos principais pontos turísticos da cidade. Não se trata de um empreendimento de gente de fora. É iniciativa de uma moradora da cidade, a professora Luciana Soares. Luciana pertence a um gênero raro de pessoas que conseguem ser sonhadoras e dar forma e vida a seus sonhos.
Só o prédio da livraria, localizada na avenida principal da cidade, já vale a visita. É uma construção que une tijolos e madeira, feita sob medida para abrigar a livraria, um café e um espaço para exposições (reconstrução de um prédio antigo da cidade). Todas as dependências foram construídas para permitir o acesso a pessoas com dificuldade de locomoção.
Quem pensa que ir à livraria é um programa para adultos logo vai se surpreender. O espaço para as crianças é maior do que o reservado ao público infantil em muitas das grandes livrarias de Porto Alegre. E o acervo diferenciado inclui livros, jogos e brinquedos que valorizam e desenvolvem a inteligência das crianças.
Para o público adulto, há um pouco de tudo. Só lamento que boa parte da livraria seja dedicada aos temas místicos, desde religiões até auto-ajuda. Meus interesses são outros, mas é preciso reconhecer que livros sobre esses assuntos atraem grandes públicos. Ainda assim, muitas estantes estão reservadas a outros temas como história, viagens, gastronomia, psicologia, educação, ciências, literatura brasileira e universal. Neste final de semana, adquiri lá O Erro de Descartes, de António Damásio, e O Relojoeiro Cego, de Richard Dawkins - obras que se situam no extremo oposto aos livros de auto-ajuda.
Se vocês amam os livros e forem à serra gaúcha, sugiro que não se limitem a Gramado ou Canela. Passem em São Francisco de Paula ou se hospedem lá (no Veraneio Hampel, no Hotel das Araucárias ou na Pousada do Engenho, por exemplo) e reservem uma ou duas horas para visitar esse oásis de cultura que se chama Miragem.
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